quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A greve

         
Em maio de 2012, a universidade federal do Estado do Amazonas entrou em greve. Professores e funcionários administrativos buscando seus direitos contra o governo e as precárias condições oferecidas para a instituição paralisaram suas atividades dando inicio ao processo que só se encerraria em final de setembro. Por um lado algumas exigências ao menos foram atendidas, entretanto, o ano letivo acabou sendo atrasado e o período de ferias acabara por dar espaço aos meses que passamos sem estudar devido ao movimento.
Acredito que todos devem buscar seus direitos, e que é valida a iniciativa daqueles que se achem prejudicados pelo sistema e pelo governo. Me incomoda o fato e o descaso de nossos governantes que permitiram uma universidade ficar paralisada por tão longo período, por causa de um descaso em relação a educação.  

domingo, 4 de novembro de 2012

Eric J. Hobsbawm, "Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo"

Escrita pelo renomado historiador Eric J. Hobsbawm, o principal aspecto abordado por esta obra é a história econômica e social da Grã-Bretanha ao longo de 200 anos, da Revolução Industrial até o final da década de 1960.
Nascido em Alexandria, em 1917, E. J. Hobsbawm estudou em Viena, Berlim, Londres e Cambridge. Foi membro do conselho do King’sEscrita pelo renomado historiador Eric J. Hobsbawm, o principal aspecto abordado por esta obra é a história econômica e social da Grã-Bretanha ao longo de 200 anos, da Revolução Industrial até o final da década de 1960.
Nascido em Alexandria, em 1917, E. J. Hobsbawm estudou em Viena, Berlim, Londres e Cambridge. Foi membro do conselho do King’s College, em Cambridge, de 1949 a 1955, e em 1959 assumiu a cátedra de história do Birkebeck College, na Universidade de Londres. É autor de diversas obras.
Os primeiros capítulos da referida obra de Hobsbawm são dedicados a analisar o período inicial da Revolução Industrial na Grã-Bretanha, notadamente no que se refere à investigação sobre as bases e os desdobramentos ocorridos nas áreas rurais da Inglaterra durante a segunda metade do século XVIII. Mais importante que qualificar o entendimento sobre o termo Revolução Industrial – cuja fase de rápida evolução técnica também já teria sido notada em outras economias que não a inglesa antes mesmo desse período – o autor busca esclarecer, então, através da análise sobre seus antecedentes históricos, o porquê da Inglaterra ter sido a primeira nação a "sediá-la" e justamente em fins do século XVIII.
Rica, poderosa e com notável marinha mercante, a Inglaterra contava no século XVIII com uma trajetória de duzentos anos de contínuo desenvolvimento econômico. Internamente, tal condição precedia da consolidação de uma sólida oligarquia liberal de base burguesa, de um lado e, de uma massa de camponeses proletários, de outro, que servia de mão de obra às atividades manufatureiras de pequenos proprietários rurais. Externamente, sua soberania foi fruto, fundamentalmente, da hegemonia comercial exercida sobre a "economia européia", pela conquista das suas colônias fornecedoras de matérias-primas na América, além da dominação de pontos comerciais no Oriente, que garantia "expandir novos mercados, senão criá-los" (p. 39).
Diferente do que posteriormente ocorrera na maior parte dos outros países no mundo, o processo de industrialização inglesa caracterizou-se pela produção em pequena escala de artefatos têxteis, além de outros bens de consumo não duráveis, como alimentos e bebidas, produzidos por glebas familiares de pequenas, porém hábeis manufaturas, que expandiam seus investimentos por adições sucessivas baseada no aumento em vendas. Ao passo que as vendas e o lucro aumentavam, novos dispositivos mecânicos eram incorporados e, embora simples aos padrões da época, eles permitiam que cada vez menos tecelões fossem necessários para operar os teares mecânicos, muito mais produtivos que suas antigas rocas de fiar. Menos relativa às invenções tecnológicas em si, a Revolução Industrial se tornou tão notável ao constituir-se no primeiro movimento capaz de transformar por completo as relações de produção dos homens na sociedade. College, em Cambridge, de 1949 a 1955, e em 1959 assumiu a cátedra de história do Birkebeck College, na Universidade de Londres. É autor de diversas obras.
Os primeiros capítulos da referida obra de Hobsbawm são dedicados a analisar o período inicial da Revolução Industrial na Grã-Bretanha, notadamente no que se refere à investigação sobre as bases e os desdobramentos ocorridos nas áreas rurais da Inglaterra durante a segunda metade do século XVIII. Mais importante que qualificar o entendimento sobre o termo Revolução Industrial – cuja fase de rápida evolução técnica também já teria sido notada em outras economias que não a inglesa antes mesmo desse período – o autor busca esclarecer, então, através da análise sobre seus antecedentes históricos, o porquê da Inglaterra ter sido a primeira nação a "sediá-la" e justamente em fins do século XVIII.
Rica, poderosa e com notável marinha mercante, a Inglaterra contava no século XVIII com uma trajetória de duzentos anos de contínuo desenvolvimento econômico. Internamente, tal condição precedia da consolidação de uma sólida oligarquia liberal de base burguesa, de um lado e, de uma massa de camponeses proletários, de outro, que servia de mão de obra às atividades manufatureiras de pequenos proprietários rurais. Externamente, sua soberania foi fruto, fundamentalmente, da hegemonia comercial exercida sobre a "economia européia", pela conquista das suas colônias fornecedoras de matérias-primas na América, além da dominação de pontos comerciais no Oriente, que garantia "expandir novos mercados, senão criá-los" (p. 39).
Diferente do que posteriormente ocorrera na maior parte dos outros países no mundo, o processo de industrialização inglesa caracterizou-se pela produção em pequena escala de artefatos têxteis, além de outros bens de consumo não duráveis, como alimentos e bebidas, produzidos por glebas familiares de pequenas, porém hábeis manufaturas, que expandiam seus investimentos por adições sucessivas baseada no aumento em vendas. Ao passo que as vendas e o lucro aumentavam, novos dispositivos mecânicos eram incorporados e, embora simples aos padrões da época, eles permitiam que cada vez menos tecelões fossem necessários para operar os teares mecânicos, muito mais produtivos que suas antigas rocas de fiar. Menos relativa às invenções tecnológicas em si, a Revolução Industrial se tornou tão notável ao constituir-se no primeiro movimento capaz de transformar por completo as relações de produção dos homens na sociedade.

David Landes, "Prometeu Desacorrentado"

David Landes nasceu em 1924 em Nova Iorque. É um dos historiadores econômicos mais credenciados da atualidade.
Doutorou-se em 1953 pela Universidade de Harvard, onde se tornou professor em 1964. Ensinou em Harvard até se reformar, sendo hoje professor "emeritus" de economia da Universidade de Harvard .
Em uma narrativa leve, de forma até romanceada, o catedrático de Harvard, David Landes, narra a história da Revolução Industrial. “Prometeu Desacorrentado” é uma verdadeira apologia à Revolução que, realmente, foi um marco na humanidade.
            O simbolismo de Prometeu representa a vontade humana por conhecimento. Sua captura do fogo é a audácia humana pela busca incessante e o compartilhamento do conhecimento. Trata-se de uma passagem da mitologia grega. A Prometeu e seu irmão Epimeteu deu-se a tarefa de criar os homens e todos os animais. Epimeteu encarregou-se da obra e Prometeu encarregou-se de supervisioná-la, depois de pronta. Assim, Epimeteu atribuiu a cada animal seus dons variados, de coragem, força, rapidez, sagacidade; asas a um, garras a outro, uma carapaça protegendo um terceiro etc. Porém, quando chegou a vez do homem, que deveria ser superior a todos os animais, Epimeteu gastara todos os recursos, assim, recorre a seu irmão Prometeu que com a ajuda de Minerva roubou o fogo que assegurou a superioridade dos homens sobre os outros animais. Todavia o fogo era exclusivo dos deuses. Como castigo a Prometeu, Zeus ordenou a Hefesto acorrentá-lo ao cume do monte Cáucaso, onde todos os dias uma águia (ou abutre) ia dilacerar o seu fígado que, por ser Prometeu imortal, regenerava-se. Esse castigo devia durar 30 mil anos. Prometeu foi libertado do seu sofrimento por Hércules que, havendo concluído os seus doze trabalhos dedicou-se a aventuras. No lugar de Prometeu, o centauro Quíron deixou-se acorrentar no Cáucaso, pois a substituição de Prometeu era uma exigência para assegurar a sua libertação.
           A obra de Landes destaca a Revolução Industrial e os motivos que fizeram com que ela se realizasse na Inglaterra e não em outros países, até mais desenvolvidos. Trata, ainda, do estudo das novas tecnologias que nasceram a partir das transformações provocadas pela revolução, mudanças tão duradouras que estão até hoje presentes no mundo inteiro. Landes busca, enfim, respostas.
           O autor usa então, no mito de Prometeu, as explicações sobre a industrialização e a modernização. Ambas estão na capacidade de criação das pessoas. Tal modernização depende da iniciativa individual, da eliminação dos preconceitos aristocráticos, da valorização da eficiência e da racionalidade. Depende da ética do trabalho e da eficiência burocrática weberiana, que dá base ao comportamento empresarial do capitalismo.
          Justamente este comportamento, fez com que a Inglaterra obtivesse a primazia, diferentemente de outros países até mais desenvolvidos à época como França ou Holanda, ou ricos como Portugal ou Espanha, impérios coloniais que se fizeram com o ouro furtado do território americano.
             É importante destacar que, dentro do contexto mundial, a Inglaterra já detinha outro pensamento, um outro, digamos, modus operandi. Se analisarmos a obra de Maurice Dobb em “A Evolução do Capitalismo” e as discussões que se seguiram com Paul Sweezy, podemos observar que já à época do feudalismo, sua implosão e o crescimento das cidades, o continente inglês já dava demonstrações, até pelo desenvolvimento de suas cidades, de que se anteciparia na evolução tecnológica.
          O pioneirismo britânico é calcado em quatro elementos essenciais que concorreram para a industrialização: capital, recursos naturais, mercado, transformação agrária. Depois de vencer a monarquia, a burguesia conquistou os merca¬dos mundiais e transformou a estrutura agrária. Os ingleses avançaram sobre esses mercados por meios pacíficos ou militares. A hegemonia naval lhes dava o controle dos mares. Era o mercado que comandava o ritmo da produção, ao contrário do que aconteceria depois, nos países já industrializados, quando a produção criaria seu próprio mercado.
          Até a segunda metade do século XVIII, a grande indústria inglesa era a tecelagem de lã. Mas a primeira a mecanizar-se foi a do algodão, feito com matéria-prima colonial. Tecido leve, se ajustava aos mercados tropicais; 90% da produção eram exportadas e isto representava metade de toda a exportação inglesa. As colônias contribuíam com matéria-prima, capitais e consumo.
          Os capitais também vinham do tráfico de escravos e do comércio com metrópoles colonialistas, como Portugal. Provavelmente, metade do ouro brasileiro acabou no Banco da Inglaterra e financiou estradas, portos, canais. A disponibilidade de capital, associada a um sistema bancário eficiente, com mais de quatrocentos bancos em 1790, explica a baixa taxa de juros; isto é, havia dinheiro barato para os empresários.
          Depois de capital, recursos naturais e merca¬do, o quarto elemento essencial à industrialização, a transformação na estrutura agrária após a Revolução Inglesa. A divisão das terras coletivas beneficiou os grandes proprietários. As terras dos camponeses, os yeomen, foram reunidas num só lugar e eram tão poucas que não lhes garantiam a sobrevivência: eles se transforma¬ram em proletários rurais; deixaram de ser ao mesmo tempo agricultores e artesãos.
           Antes da Revolução Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual, no máximo com o emprego de algumas máquinas simples. Dependendo da escala, grupos de artesãos podiam se organizar e dividir algumas etapas do processo, mas muitas vezes um mesmo artesão cuidava de todo o processo, desde a obtenção da matéria-prima até à comercialização do produto final. Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas dos próprios artesãos e os profissionais da época dominavam as etapas do processo produtivo.
           Com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patrão (na condição de empregados ou operários), perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro. Esses trabalhadores passaram a controlar máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção os quais passaram a receber todos os lucros.
           Esse momento de passagem marca o ponto culminante de uma evolução tecnológica, econômica e social que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média, com ênfase nos países onde a Reforma Protestante tinha conseguido destronar a influência da Igreja Católica: Inglaterra, Escócia, Países Baixos, Suécia. Nos países fiéis ao catolicismo, a Revolução Industrial eclodiu, em geral, mais tarde, e num esforço declarado de copiar aquilo que se fazia nos países mais avançados tecnologicamente: os países protestantes.
         De acordo com a teoria de Karl Marx, a Revolução Industrial, iniciada na Grã-Bretanha, integrou o conjunto das chamadas Revoluções Burguesas do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa que, sob influência dos princípios iluministas, assinalam a transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea. Para Marx, o capitalismo seria um produto da Revolução Industrial e não sua causa.
         Com a evolução do processo, no plano das Relações Internacionais, o século XIX foi marcado pela hegemonia mundial britânica, um período de acelerado progresso econômico-tecnológico, de expansão colonialista e das primeiras lutas e conquistas dos trabalhadores. Ao final do período, a busca por novas áreas para colonizar e descarregar os produtos maciçamente produzidos pela Revolução Industrial produziu uma acirrada disputa entre as potências industrializadas, causando diversos conflitos e um crescente espírito armamentista que culminou, mais tarde, na eclosão, da Primeira Guerra Mundial.
           Por diversos fatores, a Grã-Bretanha foi pioneira no processo da Revolução Industrial. Aplicou uma política econômica liberal desde meados do século XVIII. Com a liberalização da indústria e do comércio ocorreu um enorme progresso tecnológico e um grande aumento da produtividade em um curto espaço de tempo.
          O processo de enriquecimento britânico adquiriu maior impulso após a Revolução Inglesa, que forneceu ao seu capitalismo a estabilidade que faltava para expandir os investimentos e ampliar os lucros. A Grã-Bretanha possuía grandes reservas de ferro e de carvão mineral em seu subsolo, principais matérias-primas utilizadas neste período. Dispunham de mão-de-obra em abundância desde a Lei dos Cercamentos de Terras, que provocou o êxodo rural. Os trabalhadores dirigiram-se para os centros urbanos em busca de trabalho nas manufaturas.
           Landes utiliza a evidência histórica acumulada, sobretudo no exame detalhado dos processos industriais que se desenvolveram na Inglaterra naqueles anos, na fabricação de tecidos de algodão e lã, na química, na siderurgia e no desenvolvimento da máquina a vapor. O estudo da evolução da tecnologia permite que, de passo, uma série de idéias convencionais sobre a revolução industrial inglesa, e sobre a economia moderna, sejam postas de lado.
           Para o autor, três grandes temas dominam o livro. A relação entre a ciência, a tecnologia e o processo produtivo, Landes acredita no desenvolvimento contínuo da ciência, mas sabe que suas relações com o sistema produtivo não são simples. Ao contrário do que muitas vezes propagam os cientistas, a revolução tecnológica se deu no interior da própria indústria, e, pelo menos no início, teve pouco a ver com o que ocorria no âmbito da ciência básica e acadêmica. Não é verdade que a ciência, por si mesma, gere automaticamente benefícios econômicos e sociais. Para isto, ela depende fundamentalmente dos processos aplicados e de engenharia, que respondem a lógicas institucionais e econômicas próprias, e desenvolvem culturas técnicas independentes.
         O segundo tema é o papel das condições estruturais nos processos econômicos. Ao contrário do que pensavam os marxistas, a industrialização não se baseou na expulsão dos trabalhadores do campo, nem esteve associada ao desaparecimento das formas de organização econômica familiar, que continuaram a existir e a ocupar a maior parte da população ativa. Estas não foram as causas, e sim as conseqüências do processo de desenvolvimento da iniciativa capitalista e da racionalização progressiva da atividade econômica, que acabou por transformar de maneira tão profunda não só a sociedade inglesa, mas todo o mundo. Ele inverte as explicações históricas que fazem do homem um ser sem iniciativa e liberdade, determinado e comandado pelas suas condições e origens. Existiam condições na Inglaterra, para o aparecimento do Prometeu, que a tornavam mais propícia do que a França ou outros países para o primeiro surto da revolução industrial, assim como existiram condições que favoreceram a entrada tardia da Alemanha e, mais tarde, dos Estados Unidos no centro da economia moderna. A perspectiva de Landes é sempre de que as pessoas são agentes e criadores de seu próprio destino, a partir da realidade de suas condições.
          O terceiro eixo do livro trata do relacionamento entre o Estado, o planejamento da economia e a liberdade e criatividade dos empresários. Landes defende o liberalismo econômico, que aposta na iniciativa empresarial e descrê profundamente das ações do Estado, e suas tentativas de planejar e condicionar a atividade econômica. Esta posição se sustenta de forma bastante convincente até meados do século XIX, mas começa a se complicar com a entrada da Alemanha no mundo das potências industriais, e a importância crescente do nacionalismo e da ideologia ao longo do século XX. A tese central é que, quando mais atrasada for a economia de um país, mais importantes seriam os fatores políticos e ideológicos no desenvolvimento da economia, suprindo o capital, mas sobretudo a iniciativa e a ambição de modernização que o setor privado não tem. Na medida o setor privado se fortalece, o nacionalismo e a ideologia se tornam contraproducentes, por não terem como substituir a riqueza e a diversidade das iniciativas individuais.
          A substituição das ferramentas pelas máquinas, da energia humana pela energia motriz e do modo de produção doméstico pelo sistema fabril constituiu a Revolução Industrial; revolução, em função do enorme impacto sobre a estrutura da sociedade, num processo de transformação acompanhado por notável evolução tecnológica.
         A Revolução Industrial aconteceu na Inglaterra na segunda metade do século XVIII e encerrou a transição entre feudalismo e capitalismo, a fase de acumulação primitiva de capitais e de preponderância do capital mercantil sobre a produção. Completou ainda o movimento da revolução burguesa iniciada na Inglaterra no século XVII.

domingo, 28 de outubro de 2012

ARTIGO SOBRE AUTÓGRAFOS (Trabalho de Introdução a Economia)

HISTÓRIA DOS AUTÓGRAFOS
Um autógrafo refere-se a um manuscrito original de um autor. Na acepção mais comum e moderna, os autógrafos são as assinaturas de pessoas célebres, oferecidas como lembrança de um contato pessoal a admiradores. Em determinados países, como nos Estados Unidos da América, é comum o comércio de produtos autografados e dos próprios autógrafos.
Os autógrafos, em sua maioria, consistem nas assinaturas das pessoas célebres, sendo um escrito em algum documento que visa dar validade a ele ou identificar a sua autoria.

MERCADO

O autógrafo hoje em dia ainda é utilizado pelas celebridades como um modo de obter lucro, muitas vendem seus autógrafos para colecionadores e pessoas especializadas em trocas e vendas de autógrafos para compradores, fãs e colecionadores célebres, um grande exemplo de celebridade que lucrou com autógrafos é Joe Dimagio (ex-jogador de baseball do New York Yankees) onde ele pode lucrar mais com a venda de autógrafos do que em toda sua carreira como jogador entre outros.
Uma grande forma de se lucrar com autógrafos é a partir de leilões, onde artistas vendem itens raros autografados pelas celebridades que o usaram. Nos dias de hoje um dos autógrafos mais cobiçados de artistas vivos é o do ex-jogador de basquete Michael Jordan, por não ter distribuído muitos em sua carreira, podendo custas algumas centenas de dólar. Outra forma de celebridades lucrarem com autógrafos é o lançamentos de produtos limitados autografados pelos mesmos, que se depois de anos estiverem em perfeito estado acabam valendo até cinco vezes o preço original.

DINÂMICA

A dinâmica ocorreu através da propaganda (merchandising) sobre o produto e sua eventual venda. Atentamos aos níveis da demanda do mercado de acordo com o aumento ou com a diminuição do preço do produto, no caso, autógrafos.
Atentamos para a demanda durante cinco situações distintas, todas com preços diferentes e de lá tiramos nossas conclusões sobre a quantidade de interessados em adquirir os autógrafos.
O preço inicial dos autógrafos era de R$0,02, interessando a dois compradores. Como a procura foi baixa, resolvemos aumentar o preço, para evitar um eventual prejuízo, para R$0,03, onde o nosso número de interessados subiu para três. Com o aumento do número de interessados, acrescentamos R$0,01 a nosso preço, totalizando R$0,04, onde nossa demanda teve uma queda de 66% em relação ao preço anterior, atraindo apenas um comprador. Com a baixa venda e, mais uma vez, o medo de um provável prejuízo, elevamos o preço para R$0,05, onde a demanda permaneceu a mesma, com apenas um interessado.

Com a variação da demanda, construímos uma tabela e um gráfico que mostram os resultados das vendas.

TABELA COM OS DADOS DA CURVA DA DEMANDA



GRÁFICO COM A CURVA DA DEMANDA


OBS: PREÇO EM R$.
OBS 2: Dados analisados de acordo com a demanda da sala do 1º período de Ciências Ecônomicas do turno matutino, às 10h da manhã do dia 03/05/2012.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

ARTIGO SOBRE ESFIRRAS (Trabalho de Introdução a Economia)

HISTÓRIA DA ESFIRRA
Conhecida como um prato típico árabe, a esfiha ou esfirra, foi desenvolvida na Síria e difundida pelo Líbano, e depois, para outros países de língua árabe e também no Ocidente. Sua massa tradicional é a mesma que a do pão, contudo, em decorrência da difusão do prato, a massa passou a ser preparada com outros ingredientes específicos de outras regiões. Em relação ao seu formato, a esfiha pode ser aberta (figura 1) ou fechada (figura 2). Existem diversas receitas de esfirra. A forma tradicional sempre é feita com massa de pão, assada no forno, com recheios que podem ser de carne bovina, carne de carneiro, queijo, coalhada ou verduras temperadas. Depois de recheada, é assada ao forno.
A esfiha chegou ao Brasil com os imigrantes árabes (sírio-libaneses) entre os séculos XIX e XX e tornou-se extremamente popular.
(JORNAL ELETRÔNICO,
MERCADO
O brasileiro gastará, este ano de 2012, em média, até 30% de sua renda com alimentação fora de casa. Redes de franquia são as que mais investem nesse setor.
(GLOBO, 2012)
Em 2020, estima-se que este percentual chegará a 50%, e o setor de alimentação desponta como um dos segmentos mais garantidos de negócio. Comer fora de casa já deixou de ser uma ocasião especial para os brasileiros. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), atualmente neste ano de 2012, a população gasta 30% da receita destinada em alimentação familiar em refeições fora de seus lares. Nos Estados Unidos, este volume já atingiu 50%, fato que poderá ocorrer no Brasil em 2020.
Estes números se explicam pela ocorrência de alguns movimentos sociais e econômicos que se evidenciaram nas últimas décadas, como por exemplo, o ingresso da mulher no mercado de trabalho, e a elevação da massa salarial, tanto pelo aumento dos rendimentos, quanto pela expansão dos postos de emprego.
Por esta razão, os estabelecimentos comerciais que atuam nessa área, como padarias, lanchonetes, self-services, restaurantes e conveniências, estão se multiplicando em grande escala, o que resulta em um leque maior de opções para o consumidor. Vence a disputa pela preferência do cliente aquele que oferece o melhor custo/benefício, com qualidade e criatividade.
(SMZTO, 2012)
Os empresários estão decifrando a classe C, segmento da população que puxa o crescimento da economia.
“O consumidor quer preço baixo e qualidade”, diz Alberto Saraiva, proprietário da rede Habibi´s, que domina o mercado de comida árabe no Brasil. Introduzir no Brasil o mercado de esfihas surgiu a partir da constatação de que existe demanda para a sofisticação gastronômica de um produto que chegou ao Brasil com os primeiros imigrantes árabes. O preço é um dos principais ingredientes de uma bem montada estratégia do empresário Alberto Saraiva, o proprietário da rede, para conquistar a classe C – uma camada da sociedade brasileira que gasta anualmente R$ 226 bilhões em compras e já representa 33% da população. Saraiva sabe agradar a esse pessoal como ninguém. Sua primeira incursão neste mundo começou há 20 anos com a inauguração da primeira loja Habib’s, hoje um império em fast-food. No ano passado, 150 milhões de consumidores estiveram nas 350 lojas do grupo e consumiram 600 milhões de suas esfihas, gerando um faturamento de R$ 1 bilhão.
Satisfazer a classe C, no entanto, não é fácil. Até porque ainda há muita discussão sobre quem seriam essas pessoas. Para classificá-las, o Critério Brasil, da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, leva em conta os bens da família, a infra-estrutura da residência e a instrução do chefe da casa. Para simplificar, o mercado adotou como consenso considerar como parte deste grupo famílias com renda entre quatro e dez salários mínimos. É justamente por isso que o preço é uma das primeiras estratégias trabalhadas para quem quer crescer neste nicho.
(ISTOÉDINHEIRO, 2012)

DINÂMICA
            A dinâmica realizada em sala de aula consistiu na apresentação e venda de fichas de esfirra. O produto foi apresentado para a classe (o mercado consumidor), e de acordo com preço estabelecido pela equipe, foi-se observada a demanda.
 Foram estabelecidos 5 preços diferentes, descritos na tabela 1, a partir da qual extraiu-se a curva da demanda do produto no período referente ao dia 2 de abril, as 9:40 horas, na sala do curso de economia na UFAM.
 Escala da Demanda da Esfirra

PTS

PREÇO

QUANTIDADE


A


0,50

31

B


0,75

19

C


1,00

22

D


1,10

17

E


1,25

7



O valor inical proposto da esfirra foi de 0,50 centavos, onde se observou uma demanda de 31 pessoas interessadas no produto apresentado. No entanto, apesar das necessidades e desejos humanos serem ilimitados, os recursos são limitados, e como dispúnhamos apenas de 10 esfirras, criou-se a necessidade de aumentar o preço. Para o segundo valor proposto, de 0,75 centavos, observou-se uma redução na quantidade demandada para 19 pessoas interessadas na compra do produto. Ainda sem te alcançado o valor para equilibrar a oferta com a demanda, o preço subiu para 1 real, onde surpreendentemente a demanda aumentou para 22 pessoas, devido a excelente propaganda por parte do grupo. O preço novamente foi elevado, agora para 1,10 reais, notando-se uma queda da demanda para 17 pessoas. O lance final foi de 1,25 reais com a demanda de 7 pessoas, alcançando o objetivo da equipe e assim encerrando a venda do produto.
A partir dos valores obtidos com a dinâmica, ilustrados na Escala da demanda construiu-se um gráfico da curva de demanda, conforme ilustra a figura 3.
Figura 3- Gráfico da curva da demanda de fichas de Esfirras, na turma do 1 Período de Ciências Econômicas da UFAM de 2012, no período do dia 2 de abril, as 9:40 horas da manhã.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Brasileiro vai trabalhar 150 dias em 2012 só para pagar imposto, diz IBPT

O contribuinte brasileiro irá trabalhar até o dia 29 de maio só para pagar impostos, taxas e contribuições às três esferas de poder: federal, estadual e municipal. No total serão 4 meses e 29 dias - 150 dias -, um dia a mais do que em 2011, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), divulgado nesta segunda-feira (21).
“Em 2011, o brasileiro trabalhou 149 dias; em 2010, foram 148 dias; em 2009, 147 dias; e em 2008,148 dias. A quantidade de dias dobrou em relação à década de 1970, quando eram necessários 76 dias de trabalho para esse fim”, afirma o presidente executivo do Instituto, João Eloi Olenike.
Segundo o estudo do IBPT, dependendo da faixa de renda, o contribuinte terá de trabalhar mais dias no ano para ficar quites com o Leão: os que têm rendimento mensal de até R$ 3 mil trabalharão 143 dias; os que possuem rendimento de R$ 3 mil a R$ 10 mil, 159 dias, e aqueles que ganham acima de R$ 10 mil trabalharão152 dias.
O estudo faz uma comparação com a situação em outros países. “O Brasil fica atrás apenas da Suécia, onde o contribuinte destina 185 dias para o pagamento dos tributos. Na França, são necessários 149 dias; nos EUA, 102 dias; e no México, 95 dias”, afirma Olenike.
O IBPT destaca que, além da tributação incidente sobre os rendimentos, como Imposto de Renda Pessoa Física, INSS, previdências oficiais e contribuições sindicais, o cidadão brasileiro paga tributos indiretos sobre o consumo, inclusos no preço dos produtos e serviços (PIS, COFINS, ICMS, IPI, ISS, etc) e sobre o patrimônio (IPTU, IPVA, ITCMD, ITBI, ITR). As taxas (limpeza pública, coleta de lixo, emissão de documentos) e contribuições (iluminação pública) também estão consideradas no cálculo.

Fonte: http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2012/05/brasileiro-vai-trabalhar-150-dias-em-2012-so-para-pagar-imposto-diz-ibpt.html

terça-feira, 15 de maio de 2012

União europeia, austeridade ou crescimento econômico?

Os resultados recentes das eleições em países europeus traduzem claramente a aversão das populações à estratégia de corte de gastos, defendida, especialmente, pela chanceler alemã Angela Merkel. Isso especialmente em países como Grécia e França, em que o candidato François Hollande, do partido socialista, derrotou o então presidente Nicolas Sarkozy, aliado da Alemanha na implantação de uma política de austeridade à zona do euro. A opinião é de Monica de Bolle, consultora do IBRE, especialista em política externa. Para ela, uma mudança de postura de líderes europeus como Merkel e Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), já estaria sendo percebida antes mesmo do que foi computado nas urnas. “A alteração que antevejo é a possibilidade de que, ao longo dos próximos meses, a ideia de espaçar os ajustes fiscais no tempo, sobretudo no caso daqueles países mais afetados pela crise, seja aceita.” E acrescenta: “A retórica dura provavelmente não mudará, mas se a Espanha, por exemplo, puder fazer menos do que os três pontos percentuais do PIB de ajuste que estão contratados para este ano, com alguma ajuda do BCE via compras nos mercados secundários de dívida para aliviar as necessidades de financiamento, isso já será um grande avanço”.

Mais alinhado às reivindicações do povo europeu, Hollande acredita que a fórmula para tirar a União Europeia da crise seria dar ênfase ao crescimento econômico, diferente do foco à austeridade pregado por Merkel. Segundo de Bolle, a disparidade entre as políticas econômicas defendidas por França e Alemanha deve interferir pouco nas relações entre ambos os países. “Não vejo grandes mudanças nessa aliança. A realidade é que com a devastação da Grécia e os temores do que podem ocorrer com a Espanha, os políticos já devem ter entendido que ajustes rápidos e intensos quebram países. Não é à toa que Merkel fala abertamente em introduzir as medidas pró-crescimento na pauta da reunião de cúpula de junho”, salienta. “Apenas o nome da dupla dinâmica ficará pior: de ‘Merkozy’ para ‘Merllande’”, brinca.
Fonte: Maio 2012 | Conjuntura Econômica

sexta-feira, 27 de abril de 2012

ELASTICIDADE

A elasticidade é uma medida de resposta da quantidade ofertada ou demandada avariações em seus determinantes, a saber, condições de mercado. Mede quanto aquantidade ofertada ou demandada varia em função do preço.
Os fatores determinantes da elasticidade-preço da demanda são: 1)disponibilidade de substitutos próximos; 2) se o bem é necessário ou supérfluo; 3) adefinição do mercado (quanto mais específico mais inelástico será) e 4) horizonte dotempo (os bens tendem a ser mais elásticos no longo prazo). Portanto, os bens escassostem menos elasticidade preço e são mais difíceis de ofertar a curto prazo.A elasticidade determina a disposição de sair ao mercado.
A elasticidade da ofertadetermina se os vendedores têm boas alternativas de produção do bem numa condiçãodesfavorável. A elasticidade da demanda diz se os compradores têm boas alternativas deconsumo na falta do bem em questão. Quanto à elasticidade o bem pode serperfeitamente elástico, elástico, unitário, inelástico ou perfeitamente inelástico.
Os outros tipos de elasticidade são: elasticidade-renda da demanda e a elasticidade-preço cruzada da demanda, que verifica a variação percentual da quantidade demandada de um bem 1 em função da variação do preço do bem 2.
A receita total tende a aumentar se aumentarmos o preço de um bem de demandainelástica, e a diminuir no caso de o bem ser elástico.

OFERTA E DEMANDA

A lei da oferta e da demanda diz que o preço de qualquer bem ou serviço ajusta-separa trazer a quantidade demandada desse bem ao equilíbrio. Para saber como aeconomia será afetada por um acontecimento precisa-se pensar nos seus impactos sobre aoferta e a demanda.A quantidade ofertada de um bem é positivamente relacionada com o preço,enquanto a quantidade demandada dele tem relação negativa com esse.Pode-se deslocar a curva de oferta através de: 1) variação nos preços dos insumosnecessários para a produção do bem; 2) desenvolvimento da tecnologia; 3) expectativasquanto ao aumento ou diminuição do consumo do bem em questão; 4) alteração nonúmero de vendedores.Já a curva de demanda pode ser deslocada por: 1) flutuações na renda (deve-seobservar ainda se o bem é um bem normal ou inferior); 2) alterações nos preços dos benssubstitutos e complementares; 3) os gostos da população com relação ao produto; 4) asexpectativas quanto ao aumento da produção do bem; 5) alteração no número decompradores.Deve-se observar a distinção entre o deslocamento da curva e o deslocamento aolongo dela. No primeiro caso,ela desloca-se quando altera-se uma variável externa, ouseja, nem o preço nem a quantidade ofertada/demandada. Assim, está-se disposto aconsumir/produzir mais/menos do bem em questão por um preço dado.odeslocamento ao longo da curva mostra uma alteração nas variáveis internas, ou seja,preço ou quantidade ofertada/demandada.O equilíbrio da oferta e da demanda é atingido quando a curva da oferta se cruzacom a curva da demanda, ou seja, a quantidade ofertada é igual à quantidade demandada.Desse modo, o preço de ajusta de modo a igualá-los. Assim, a quantidade e o preçotendem a se ajustarem no ponto de equilíbrio. Sendo o preço o mecanismo derelacionamento dos recursos escassos, quando ele está acima do ponto de equilíbrio tem-se uma quantidade ofertada maior do que a quantidade demandada, gerando um excessode oferta. Caso contrário, haverá um excesso de demanda.

OS 10 PRINCÍPIOS DA ECONOMIA

Como as pessoas tomam decisões
A economia reflete o comportamento das pessoas que a compõe. Os quatro primeiros princípios da economia estão relacionados com as decisões individuais.
   1. As pessoas enfrentam tradeoffs
“Nada é de graça”. Para se conseguir algo é necessário tomar decisões. A tomada de decisão exige escolher algo em detrimento de outra opção.
Um exemplo é a alocação do tempo, o recurso mais precioso de um estudante. Este pode usá-lo para estudar história. Ou pode usá-lo para estudar economia. Ou uma combinação de ambos. O mais importante é que ao fazer a opção por história, estará deixando de estudar economia.
Usar o dinheiro agora ou poupá-lo? Usar um real agora significa que não terá este real no futuro. Guardá-lo significa que não poderá usá-lo agora.
Quando os indivíduos agrupam-se em sociedade surgem outros tipos de tradeoffs. Alguns clássicos:
 •“armas ou manteiga”. Quando se gasta com defesa nacional, obtém-se armas e uma sociedade mais protegida. No entanto, diminui-se a produção e menos se poderá gastar com os bens de consumo representados pela manteiga.
poluição e alto nível de renda. Políticas de proteção ambiental custam caro e causam três efeitos: diminuição da margem de lucro do empreendedor, salários menores ou preços mais altos. Normalmente uma combinação dos três. Para proporcionar um meio ambiente menos poluído e com evidentes benefícios para a saúde é preciso encarar o custo de um menor padrão de renda para empresários, trabalhadores e clientes.
eficiência e equidade. Eficiência refere-se ao melhor uso possível do recurso disponível. Equidade à distribuição do recurso pela sociedade. A primeira refere-se ao tamanho do bolo construído e a segunda à distribuição deste bolo. As políticas sociais, o imposto de renda, levam à uma maior equidade; no entanto, diminuem a recompensa pelo trabalho produtivo e com isso as pessoas trabalham menos e produzem menos. Quando um governo tenta dividir um bolo em fatias iguais, o bolo diminui de tamanho.
Reconhecer que as pessoas enfrentam tradeoffs são significa dizer como deverão proceder, apenas que devem considerar este fator ao tomar decisões pois terão uma melhor visão de suas opções.
   2. O custo de alguma coisa é aquilo que você desiste para obtê-la
Quanto custa para um estudante fazer uma universidade? Se pensar em mensalidade, moradia e alimentação estará ainda longe deste custo. Moradia e alimentação ela teria de qualquer jeito, talvez até mais barato. Quando custo o fato desta pessoa não estar trabalhando? Para a maioria dos estudantes o salários que deixam de ganhar, enquanto estão na faculdade são o maior custo de sua educação.
O custo de oportunidade de um item é o que se abre mão ao escolhê-lo.
   3. As pessoas racionais pensam na margem
As decisões que tomamos na vida raramente são “preto no branco”; elas geralmente envolvem diversos tons de cinza. A decisão não é de jejuar ou comer até estourar, a decisão é se comemos mais um bife ou não, mais uma colher de arroz ou não. São as mudanças marginais, vale a penas comer esta colher a mais? Qual será meu benefício marginal? Qual será meu custo marginal?
Em muitos casos as pessoas tomam melhores decisões quando pensam na margem. Um tomador de decisão executa uma ação se, e somente se, o benefício marginal da ação ultrapassa o custo marginal.
   4. As pessoas reagem a incentivos
Como as pessoas tomam decisões por meio de comparação de custos e benefícios, seu comportamento pode mudar quando os custos e benefícos mudam. Quando o preço da maçã sobe, as pessoas passam a comer mais pêra. Ao mesmo tempo, os produtores contratam mais pessoas e passam a produzir mais maçãs. O resultado é uma pressão para diminuição do preço pelo aumento da oferta e diminuição da procura.
Muitas políticas afetam os benefícios e os custos para as pessoas, muitas vezes de maneira indireta. Ao analisarmos qualquer política, precisamos considerar não apenas seus efeitos diretos, mas também aos efeitos indiretos que operam por meios de incentivos.
Como as pessoas interagem
   5. O Comércio pode ser bom para todos
O comércio não é uma prática esportiva; a vitória de um não significa a derrota do outro. Empresas concorrem umas com as outras, países concorrem uns com os outros, indivíduos concorrem um com os outros. No entanto, ao mesmo tempo em que são concorrentes, conseguem se beneficiar do comércio entre eles. O comércio pode ser um jogo em que os dois jogadores ganham.
O comércio permite que as pessoas se especializem nas atividades em que são melhores, permitindo que desfrutem de uma maior variedade de bens e serviços.
   6. Os Mercados são Geralmente uma Boa Maneira de Organizar a Atividade Econômica
Este insight deve-se principalmente à Adam Smith. Por mais que indivíduos e empresas busquem o lucro pessoal e pensem individualmente, o resultado final é favorável à sociedade como um todo. Smith usou o termo mão invisível do mercado para descrever este paradoxo. Para que este efeito aconteça, a competição é fundamental pois gera preços menores e maior eficiência na produção.
Em contraste, a teoria do planejamento central era de que apenas o governo poderia organizar a atividade econômica de uma maneira que promovesse o bem-estar econômico de todo o país.
O principal mecanismo para organizar a atividade econômica é o preço. Quando ele pode flutuar livremente, permite os ajustes automáticos do sistema. No planejamento centralizado, os preços eram fixados por agentes do estado que impedia o ajuste automático dos preços e, em consequência, que a mão invisível atuasse coordenando as milhões de famílias e empresas que compõe a economia.
   7. Às vezes os Governos Podem Melhorar os Resultados do Mercado
Para que a mão invisível funcione, é preciso que o governo a proteja. Os mercados só funcionam bem se o direito à propriedade é respeitado. Ninguém investe na produção se não tiver garantias que este investimento estará protegido.
Além disso,  existem dois motivos genéricos para que o governo intervenha na economia:
1.Externalidade. São os impactos das ações de uma pessoa ou empresa no bem-estar do próximo. Um exemplo é a poluição. O governo precisa agir para conter as externalidades.
2.
Poder de Mercado. É a capacidade de algumas pessoas ou empresas de influírem indevidamente nos preços. O poder de mercado é nocivo à concorrência.
Quanto há externalidades ou poder de mercado, políticas públicas bem concebidas podem aumentar a eficiência econômica.
Como a economia funciona
   8. O Padrão de Vida de um País Depende de sua Capacidade de Produzir Bens e Serviços
Quase todas as variações de padrão de vida podem ser atribuídas a diferenças de produtividade entre os países _ ou seja, a quantidade de bens e serviços produzidos em uma hora de trabalho. A taxa de crescimento da produtividade de um país determina a taxa de crescimento de sua renda média.
Para elevarem os padrões de vida, é preciso elevar a produtividade garantindo:
melhor nível de educação
ferramentas adequadas
tecnologia

   9. Os Preços Sobem Quando o Governo Emite Moeda Demais
Trata-se da inflação, a elevação de preços que ocorre na sociedade de forma geral. Ela é causada principalmente pela elevação da quantidade de moeda em circulação. Um dos vilões é o governo que muitas vezes precisar emitir dinheiro para saudar seus próprios compromissos.
Seu efeito é nocivo para a sociedade. Manter a inflação em níveis baixos é um objetivo permanente das autoridades econômicas.
   10. A Sociedade Enfrenta um Tradeoff de Curto Prazo entre Inflação e Desemprego
Por uma série de motivos, pelo menos no curto prazo, a diminuição da inflação leva ao aumento do desemprego e vice-versa. Este efeito é medido por um gráfico chamado curva de Philips. A escolha entre desemprego e inflação é apenas temporária, mas pode levar alguns anos.
Por causa disso, reduzir a inflação torna-se ainda mais difícil para os governos pois pode gerar um recessão temporária.

Fonte: Introdução à Economia, Gregory Mankiw

domingo, 18 de março de 2012

Lagarde vê sinais de estabilização da economia mundial

A diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou neste domingo em Pequim que a economia mundial mostra "sinais de estabilização", apesar das dificuldades para enfrentar algumas "fragilidades".
"Os últimos anos foram extremamente difíceis em muitos lugares do mundo. E nos últimos meses, a situação era inclusive sombria", afirmou no Fórum de Desenvolvimento da China, que reuniu no fim de semana em Pequim empresários e investidores de várias partes do mundo, além de autoridades chinesas.
"Vemos hoje novos sinais de estabilização, sinais de que as políticas aplicadas dão frutos. As condições dos mercados se distenderam e os indicadores econômicos recentes começam a melhorar, inclusive nos Estados Unidos", completou Lagarde.
Lagarde também destacou os "avanços importantes com o renovado apoio à Grécia do FMI e seus sócios europeus".
"Depois deste esforço coletivo, a economia mundial não está mais à beira do precipício e temos razões para ser otimistas", insistiu Lagarde.
A diretora do FMI ressaltou, no entanto, que ainda existem "fragilidades econômicas e financeiras maiores a enfrentar", como a fragilidade persistente dos sistemas financeiros, um endividamento público e privado que continua sendo muito importante em muitas economias desenvolvidas ou preços do petróleo muito elevados.
Além disso, Lagarde afirmou que a China deve "continuar reorientando os motores do crescimento econômico, os investimentos e as exportações para o consumo interno", com o objetivo de compartilhar os frutos do crescimento.
O vice-premier chinês Li Keqiang, que para muitos analisas substituirá no próximo ano o atual primeiro-ministro Wen Jiabao, insistiu na necessidade de reequilibrar o crescimento do gigante asiático para uma demanda interna maior.
"Temos que utilizar projetos de ajuda social como vetores de crescimento", declarou Li.
Uma proposta que foi respaldada pelo secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE), Angel Gurría, para quem mais gastos sociais na China seriam bons para o crescimento porque a população teria a "tendência de consumir mais".

Informação retirada do site: http://www.pop.com.br/popnews/noticias/economia/699740-Lagarde-ve-sinais-de-estabilizacao-da-economia-mundial.html